28 de agosto de 2010

1º mês

Você chegou e foi uma grande alegria. Uma manhã chuvosa de terça-feira, dia 8 de setembro, lá estávamos, eu e o papai seguindo pelo corredor de ônibus para chegar mais rápido ao hospital. Eu estava tranquila, nem parecia meu primeiro filho. Já o papai estava super nervoso, nem parecia o terceiro filho dele. Foi bem divertido. Ele diz que no caminho eu ainda perguntei se ele tinha colocado amaciante na roupa que estava na máquina.... ele debocha de mim até hoje.

Sua chegada foi rápida e às 10h56 a gente ouviu seu primeiro chorinho. E que chorão, isso sim. Você nasceu bem gorducho e papai apelidou de "sharpei", por causa das suas dobrinhas. E você veio pra mim todo vermelhinho, cabelo bem preto e um olho puxado. A cara do seu pai! E eu te amei ainda mais....



O primeiro mês foi difícil e a vovó Kate ficou o mês todo em casa nos ajudando. Você teve cólicas logo na primeira noite que chegamos do hospital e eu me desesperei. Queria te levar ao pronto socorro, não sabia o que estava acontecendo. Ainda bem que a vovó e o papai estavam lá para me acalmar e te ajudar a passar aquela dor chata.

As noites eram interminávis, você adorava ficar pendurado no peito da mamãe, mamando muito. E a mamãe dormia na poltrona enquanto você se alimentava. Mas foi ainda no primeiro mês que a gente descobriu que o leite da mamãe não era suficiente. Você chorava muito, desesperadamente e não ganhava peso. Foi aí que te demos mamadeira pela primeira vez. E foi aí que a mamãe chorou ainda mais, achando que não era uma boa mãe e aquele monte de minhocas que surgem na nossa cabeça.


O mês todo fez muito frio e choveu muito em Porto Alegre. E a gente te enchia de roupas e mais roupas. Os banhos eram verdadeiras operações de guerra para você não ficar doente nem passar frio. E depois que a gente descobriu o banho de balde, parece que você gostou mais desse momento do dia e relaxava no seu útero substituto.


Mas tudo na vida vai passando e você sobreviveu ao primeiro mês de vida. Com cólicas, tomando complemento na mamadeira, com diarréia e alergia à proteína do leite, mas em uma família que explodia em amor ao te olhar 24 horas por dia.

(segue)

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